Radio Educativa del CEIP San Francisco de Almendralejo

¡Canta, a vida vai melhorar!

Aula Abierta Radio

Desde la coordinación de la segunda lengua extranjera en el centro, hemos seleccionado algunos temas para que todos los oyentes de Aula Abierta Radio disfruten con un poco de música portuguesa, mezclando diferentes estilos.

También adjuntamos las letras para que nuestros alumnos del área de Portugués puedan leerlas y cantarlas.

Comenzamos con “Chuva” de Mariza, una de las artistas lusas con mayor proyección internacional. Continuamos con el músico portugués António Zambujo y su “Pica do 7”para terminar con un canto de esperanza a ritmo de samba. En este caso, Martinho da Vila, cantante y compositor brasileño, nos pide en su canción “Canta, canta minha gente”, que cantemos alto y fuerte, pues la vida va a mejorar. De ahí el título de nuestro programa de hoy.

Chuva / Mariza

As coisas vulgares que há na vida não deixam saudades,
só as lembranças que doem ou fazem sorrir.

Há gente que fica na história da história da gente
e outras de quem nem o nome lembramos ouvir.

São emoções que dão vida à saudade que trago,
aquelas que tive contigo e acabei por perder.

Há dias que marcam a alma e a vida da gente.
E aquele em que tu me deixaste não posso esquecer.

A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado.
As ruas que a cidade tinha já eu percorrera.

Ai, meu choro de moça perdida gritava à cidade
que o fogo do amor sob a chuva há instantes morrera.

A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade.
E eis que ela bate no vidro trazendo a saudade.

Pica do 7 / António Zambujo

De manhã cedinho, eu salto do ninho e vou para a paragem.
De bandolete à espera do sete, mas não pela viagem.
Eu bem que não quería, mas um certo dia vi-o passar.
E o meu peito cético, por um pica de eléctrico, voltou a sonhar.
A cada repique que soa do clique daquele alicate,
num modo frenético, o peito céptico, toca a rebate.
Se o trem descarrila, o povo refila e eu fico no sino.
Pois um mero trajecto, no meu caso concreto, é já o destino.
Ninguém acredita no estado em que fica o meu coração.
Quando o sete me apanha até acho que a senha me salta da mão.
Pois na carreira desta vida vã, mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá.
Que triste fadário e que itinerário tão infeliz,
cruzar meu horário com o de um funcionário de um trem da Carris.
Se eu lhe perguntasse se tem livre passe para o peito de alguém…
Vá-se lá saber, talvez eu lhe oblitere o peito também.
Ninguém acredita no estado em que fica o meu coração.
Quando o sete me apanha até acho que a senha me salta da mão.
Pois na carreira desta vida vã, mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá.

Canta, canta, minha gente / Martinho da Vila

Canta, canta, minha gente.
Deixa a tristeza pra lá.
Canta forte, canta alto,
que a vida vai melhorar.

Cantem o samba de roda,
o samba-canção e o samba rasgado.
Cantem o samba de breque,
o samba moderno e o samba quadrado.

Cantem ciranda, o frevo,
o côco, maxixe, baião e xaxado.
Mas não cantem essa moça bonita,
porque ela está com o marido do lado.

Canta, canta, minha gente.
Deixa a tristeza pra lá.
Canta forte, canta alto,
que a vida vai melhorar. 

Quem canta seus males espanta,
lá em cima do morro
ou sambando no asfalto.
Eu canto o samba-enredo,
um sambinha lento e um partido alto.

Há muito tempo não ouço
o tal do samba sincopado.
Só não dá pra cantar mesmo
é vendo o sol nascer quadrado.

Canta, canta, minha gente.
Deixa a tristeza pra lá.
Canta forte, canta alto,
que a vida vai melhorar.